A vitamina D na gravidez é importante tanto para a mulher quanto para o bebê. Ela controla funções essenciais de nosso organismo e ainda garante um futuro saudável e de qualidade para a criança.
Quer saber mais? Continue a leitura!
A vitamina D no corpo
Apesar de levar o termo “vitamina” em seu nome, a vitamina D é, na verdade, um hormônio. Sua função mais conhecida é na preservação do sistema osteomuscular, ou seja, ela atua nas concentrações de cálcio e fósforo do organismo.
A vitamina D também tem outras funções, como (1):
- fortalecimento da imunidade;
- funcionamento muscular;
- funcionamento do metabolismo ósseo.
A importância da vitamina D na gravidez
Para uma boa gestação, grávidas precisam de uma variedade de nutrientes e um deles é a vitamina D.
Tanto durante a gravidez quanto durante a lactação, acontecem mudanças no metabolismo da mulher para se adequar às necessidades da mineralização óssea do feto. Por exemplo, no primeiro trimestre de gestação, o feto acumula 2-3 mg/dia de cálcio no esqueleto. No último trimestre esse número dobra. (2)
Além disso, a vitamina D na gravidez tem papel fundamental no desenvolvimento neurológico. Entre as considerações do The Journal of Nutrition (3) estão:
- mulheres negras correm maior risco de deficiência de vitamina D, pois o pigmento de melanina na pele reduz a produção do nutriente;
- níveis mais altos de vitamina D durante a gravidez levam a maiores pontuações de QI na infância;
- a suplementação nutricional pode corrigir a deficiência de vitamina D nas mulheres com alto risco.
Riscos da falta de vitamina D na gravidez
A deficiência da vitamina D na gravidez traz alguns problemas para o bebê que vão além do desenvolvimento ósseo muscular.
Eles estão listados a seguir. Veja!
1. Distúrbios do desenvolvimento cerebral
Um estudo do Royal College of Psychiatrists encontrou uma associação significativa entre deficiência de vitamina D detectada entre 18 e 25 semanas de gestação e autismo diagnosticado entre seis e nove anos. (4)
Outro estudo do The Journal of Nutrition (3) mostrou que as concentrações de vitamina D na gravidez estão associadas com o QI de crianças na idade de 4 a 6 anos. Ou seja, a vitamina D tem um papel fundamental no desenvolvimento neurocognitivo. (5)
2. Posterior desenvolvimento de asma e outras doenças pulmonares
A carência de vitamina D também está relacionada a doenças respiratórias, pois existem receptores de vitamina D nos pulmões.
Assim, baixos níveis de vitamina D podem estar relacionados a distúrbios pulmonares, principalmente os relacionados à inflamação. (2)
3. Enfraquece o sistema imunológico
A vitamina D também tem papel no sistema imunológico, prevenindo diversas doenças.
É verdade que diversos nutrientes são essenciais durante o desenvolvimento fetal e o pós-natal, e a vitamina D se destaca nesse sentido. Ela tem efeitos na regulação dos genes e está relacionada a diversos benefícios ao longo da vida. (2)
Suplementação da vitamina D
Como afirmamos anteriormente, a vitamina D é um hormônio. Isso quer dizer que ela pode ser produzida pelo próprio organismo. Para isso acontecer, é preciso exposição da pele ao sol.
O melhor horário para fazer isso de maneira segura é antes das 10h da manhã pela duração de 15 a 20 minutos. O ideal é deixar as pernas e braços desprotegidos das roupas.
Outra maneira de adquirir a vitamina D é através de uma dieta balanceada. Alguns alimentos que contém o nutriente são salmão, atum, gema de ovo e óleo de fígado de bacalhau. (2)
A suplementação é indicada para grávidas com deficiência do nutriente e para reduzir o risco de morbidades combinadas como infecções maternas, parto cesáreo e parto prematuro.(2)
No entanto, quem indica a suplementação é um profissional médico, que orientará a grávida a realizar exames para entender a sua necessidade e saber qual a quantidade que ela precisa.
REFERÊNCIAS
(1) GALVÃO, L. O. et al. Considerações atuais sobre a vitamina D. Brasília Médica, v. 50, n. 4, p. 324–332, 2013. Disponível em <https://rbm.org.br/details/113/pt-BR>. Acesso em: 12 de dez. de 2022.
(2) URRUTIA-PEREIRA, M.; SOLÉ, D. Deficiência de vitamina D na gravidez e o seu impacto sobre o feto, o recém‐nascido e na infância. Revista paulista de pediatria: Órgão Oficial da Sociedade de Pediatria de São Paulo, v. 33, n. 1, p. 104–113, 2015. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rpp/a/zgjCh7Ld7ZdzFDdBFcv7DpH/?lang=pt#:~:text=Monitorar%20rotineiramente%20os%20n%C3%ADveis%20s%C3%A9ricos,rec%C3%A9m%2Dnascido%20e%20na%20inf%C3%A2ncia.>. Acesso em: 12 dez. 2022.
(3) MELOUGH, M. M. et al. Maternal plasma 25-hydroxyvitamin D during gestation is positively associated with neurocognitive development in offspring at age 4-6 years. The Journal of Nutrition, v. 151, n. 1, p. 132–139, 2021. Disponível em <https://academic.oup.com/jn/article/151/1/132/5951845>. Acesso em: 12 de dez. 2022.
(4) VINKHUYZEN AAE. et al. Gestational vitamin D deficiency and autism spectrum disorder. BJPsych Open. 2017 Abril 10;3(2):85-90. doi: 10.1192/bjpo.bp.116.004077. PMID: 28446959; PMCID: PMC5385921. Disponível em <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5385921/>. Acesso em: 12 de dez. 2022.
(5) DE CASTRO, R. E. V. Níveis de vitamina D na gestação parecem estar associados ao QI da criança. Disponível em: <https://pebmed.com.br/niveis-de-vitamina-d-na-gestacao-parecem-estar-associados-ao-qi-da-crianca/>. Acesso em: 12 dez. 2022.