Lúpus: o que você precisa saber e como tratar

04/11/2024

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica que pode afetar diversas partes do corpo, incluindo pele, articulações, rins e sistema nervoso central. A complexidade da doença e a variedade de sintomas podem tornar o diagnóstico e o tratamento desafiadores (1).

 

A seguir, você encontrará informações sobre esta condição de saúde com o objetivo de fornecer uma compreensão mais detalhada sobre o que é o LES, seus sintomas, e a importância da suplementação vitamínica no manejo da doença. Boa leitura!

 

O que é Lúpus Eritematoso Sistêmico?

O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença autoimune multissistêmica caracterizada pela presença de autoanticorpos que causam inflamação e dano tecidual. Os fatores causadores do LES ainda são desconhecidos, mas acredita-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais contribuam para o seu desenvolvimento.

 

A doença é mais prevalente em mulheres, especialmente durante a idade fértil, e pode afetar qualquer grupo étnico ou geográfico. A fisiopatologia do LES envolve a formação de imunocomplexos que se depositam na microcirculação, levando a vasculite e danos aos tecidos (1).

 

Manifestações Clínicas

As manifestações clínicas do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) são vastas e variadas, abrangendo desde sinais e sintomas comuns e leves até manifestações graves e potencialmente fatais, afetando múltiplos órgãos e sistemas do corpo. Conheça a seguir mais detalhes sobre esta categorização.

 

Variabilidade dos Sintomas

Antes de mais nada, é importante ressaltar que a variabilidade dos sintomas do LES dificulta o diagnóstico precoce e a instituição de um tratamento adequado. Pacientes podem experimentar períodos de exacerbação e remissão, o que torna a gestão da doença ainda mais complexa. Cada paciente pode apresentar um conjunto único de sintomas, tornando o tratamento altamente individualizado (1).

 

Sinais e Sintomas Comuns

Os sinais e sintomas do LES variam amplamente entre os pacientes, mas alguns são mais comuns. Esses sinais e sintomas podem ser intermitentes e variar em intensidade e podem incluir (2):

  • Fadiga extrema;
  • Febre;
  • Dor e inchaço nas articulações;
  • Erupções cutâneas, especialmente uma erupção característica em forma de borboleta no rosto e também manchas dolorosas de coloração avermelhada na ponta dos dedos, rosto e couro cabeludo.

Sinais e Sintomas Graves

Em casos mais graves, o LES pode afetar órgãos internos como o coração, pulmões, sistema nervoso central e rins. Manifestações neurológicas como convulsões, psicose, e alterações de comportamento são observadas em alguns pacientes. Além disso, as complicações renais, como a nefrite lúpica, podem levar à insuficiência renal se não tratadas adequadamente (3).

 

Qual a importância e necessidade da suplementação vitamínica?

A suplementação vitamínica, quando recomendada e supervisionada por um médico, pode proporcionar inúmeros benefícios, contribuindo para um melhor controle da doença e uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes com LES. Isso porque deficiências nutricionais são comuns entre os pacientes.

 

Vitaminas como D, B12, C e E são essenciais para modular o sistema imunológico, reduzir a inflamação e proteger contra danos teciduais. Portanto, a suplementação adequada pode ajudar a controlar os sintomas, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos com LES (4). 
 

Benefícios da suplementação vitamínica para LES

Confira a seguir os principais benefícios da suplementação vitamínica para pacientes com LES (2; 5; 6):

 

  • Fortalecimento do sistema imunológico: a vitamina C, dentre diversas outras medidas cautelares neste tipo de paciente,  pode contribuir para o equilíbrio da função imunológica, ajudando a proteger o corpo contra infecções oportunistas que são mais comuns em pacientes com LES.
  • Proteção antioxidante: as vitaminas C e E têm propriedades antioxidantes que ajudam a proteger as células do corpo contra danos oxidativos, que podem exacerbar os sintomas do LES.
  • Saúde óssea: a vitamina D também é fundamental para a saúde óssea, prevenindo a osteoporose, uma complicação comum em pacientes com LES devido ao uso prolongado de corticosteróides.
  • Melhora na absorção de cálcio: a suplementação de vitamina D melhora a absorção de cálcio, essencial para a saúde dos ossos e dentes, prevenindo fraturas e outras complicações ósseas.
  • Redução da fadiga: a deficiência de vitamina B12 pode causar fadiga extrema. A suplementação adequada pode ajudar a melhorar os níveis de energia e reduzir a sensação de cansaço constante.
  • Prevenção de anemia: o ferro é essencial na prevenção da anemia ferropriva, que é comum em pacientes com LES.

A importância de um tratamento abrangente de Lúpus

O manejo do Lúpus Eritematoso Sistêmico requer uma abordagem multidisciplinar que inclua o uso de medicamentos imunossupressores, suplementação vitamínica, entre outros recursos que podem ser recomendados após avaliação médica.

 

A personalização do tratamento de acordo com os sintomas e necessidades específicas de cada paciente é fundamental para controlar a doença e melhorar a qualidade de vida.  Isso porque a compreensão dos fatores que influenciam o LES, desde sua etiologia até as deficiências nutricionais, é crucial para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes.

 

Além disso, é essencial realizar um acompanhamento médico regular para garantir que o tratamento seja constantemente ajustado às mudanças no estado de saúde do paciente. O médico pode monitorar os níveis de vitaminas e outros nutrientes, ajustar as doses dos medicamentos conforme necessário e identificar precocemente quaisquer complicações.

 

Esse acompanhamento contínuo permite um tratamento mais seguro e eficaz, adaptando-se às necessidades individuais de cada paciente, o que é vital para o manejo otimizado do LES.

 

Referências

1 - AYACHE, D. C. G.; COSTA, I. P. Alterações da Personalidade no Lúpus Eritematoso Sistêmico. Revista Brasileira de Reumatologia. 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0482-50042005000500006.

2 - BORBA, E. F.; LATORRE, L. C.; BRENOL, J. C. T.; KAYSER, C.; SILVA, N. A.; ZIMMERMANN, A. F.; PÁDUA, P. M.; COSTALLAT, L. T. L.; BONFÁ, E.; SATO, E. I. Consenso de Lúpus Eritematoso Sistêmico. Revista Brasileira de Reumatologia. 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0482-50042008000400002.

3 - ARAÚJO, A. D.; TRAVERSO-YÉPEZ, M. A. Expressões e sentidos do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Estudos de Psicologia. 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-294X2007000200003.

4 - SOUZA, R. R.; MARCON, S. S.; TESTON, E. F.; REIS, P.; SEGURAÇO, R. S. C.; SILVA, E. S.; GIACON-ARRUDA, B. C. C.; AQUILES, G. J. Fatores influentes da qualidade de vida em pessoas com lúpus eritematoso sistêmico. Acta Paulista de Enfermagem. 2021. DOI: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2021AO01173.

5 - ALMEIDA, G. B. B.; ALBUQUERQUE, L. C. Aspectos Nutricionais do Lúpus Eritematoso Sistêmico: Relato de Caso na Perspectiva de uma Revisão Integrativa. Revista de Nutrição da Faculdade Anísio Teixeira. Disponível em: <https://pronutri.fat.edu.br/edicoes/01/ASPECTOS%20NUTRICIONAIS%20DO%20LUPUS%20ERITEMATOSO%20SIST%C3%8AMICO%20RELATO%20DE%20CASO%20NA%20PERSPECTIVA%20DE%20UMA%20REVIS%C3%83O%20INTEGRATIVA.pdf>. Acesso em: 31 jul. 2024.

6 - KLACK, K.; BONFA, E.; NETO, E. F. B. Dieta e aspectos nutricionais no lúpus eritematoso sistêmico. Revista Brasileira de Reumatologia. 2012. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbr/a/GdDn9cjL4gLTYghMXYMBjQn/>. Acesso em: 31 jul. 2024.

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