Insônia: o que é, causas e como lidar

14/06/2024

A insônia é um desafio que afeta a qualidade de vida de milhares de pessoas pelo mundo. Muito mais do que horas a menos de sono, a insônia envolve também a qualidade de sono da pessoa, causando perdas significativas em seu bem-estar.

 

Se você passa por este problema ou conhece alguém e queira ajudar, separamos neste artigo diversas informações relevantes sobre o que é a insônia, seus tipos, sintomas, causas e estratégias eficazes para lidar com esse distúrbio do sono. Acompanhe a seguir!

 

O que é a insônia?


Durante muitos anos, a insônia foi considerada um sintoma secundário, associado a doenças mais sérias, e o tratamento focava apenas no aumento das horas de sono. Porém, com o passar do tempo e com novas evidências clínicas, médicos observaram que a dificuldade em dormir pode, isoladamente, ser o problema propriamente dito.


Diante dessa descoberta, os manuais de classificação de doenças recentes simplificaram a categorização, agrupando os diferentes tipos de insônia sob o termo "transtorno de insônia crônica", marcando uma mudança na forma como entendemos e tratamos esse distúrbio do sono. (1)

 

Em linhas gerais, a insônia pode ser definida pela persistente dificuldade em adormecer ou manter o sono durante a noite, ou pelo despertar matinal precoce. Esse padrão irregular de sono resulta em um descanso insuficiente e não restaurador, impactando negativamente a qualidade de vida e o bem-estar.

 

Pessoas que sofrem com a insônia de forma constante, passam por dificuldades em realizar suas atividades diárias devido à fadiga, irritabilidade e falta de concentração. Por este motivo, a identificação dos sintomas e a compreensão das causas em cada caso é essencial para implementar estratégias eficazes de enfrentamento e garantir uma melhor noite de sono


Entenda os tipos de insônia


Existem três tipos principais de insônia: inicial, de manutenção e terminal, cada uma com características específicas, como dificuldade em adormecer, despertares noturnos ou despertar precoce. Além disso, a insônia pode ser transitória, aguda ou crônica, variando na duração e frequência dos sintomas. 

A insônia pode ser classificada como primária, quando não está relacionada a outras condições médicas, ou secundária, quando é causada por fatores como transtornos mentais ou uso de medicamentos. É importante buscar ajuda profissional para identificar a causa subjacente da insônia e encontrar o tratamento adequado.

 

Segundo a Classificação Internacional de Distúrbios do Sono (ICSD), o diagnóstico do Transtorno de Insônia Crônica é estabelecido com base nos seguintes tipos: (2)

  • Dificuldade para iniciar o sono; 
  • Dificuldade em manter o sono; 
  • Acordar antes do desejado; 
  • Resistência em ir para a cama no horário apropriado; 
  • Dificuldade para dormir sem intervenção dos pais/cuidadores (no caso de crianças). 

 

Quais os sintomas da insônia?

 

Quando estamos diante do quadro de insônia, o paciente pode apresentar sintomas em decorrência da má qualidade de sono. Como possíveis sintomas podemos destacar: (2)

  • Fadiga (cansaço); 
  • Prejuízo na atenção, concentração ou memória;
  • Prejuízo no funcionamento social, familiar, ocupacional ou acadêmico; 
  • Alterações de humor e irritabilidade; 
  • Sonolência diurna; 
  • Perda de motivação; 
  • Propensão a acidentes e erros.

Vale lembrar que, o diagnóstico de insônia é complexo, uma vez que apresenta inúmeras variáveis envolvidas. A avaliação médica completa, incluindo a avaliação de outras doenças associadas, uso diário de medicamentos, é fundamental para o correto diagnóstico.


A importância da qualidade do sono

 

Segundo informações da Associação Brasileira do Sono (ABS), a prevalência global de sintomas de insônia está aproximadamente entre 30% e 35%, enquanto a prevalência do transtorno de insônia varia entre 3,9% e 22,1%, com uma média aproximada de 10%, dependendo dos critérios de diagnóstico utilizados. 

 

Quanto à cronicidade desses casos, foi observado que geralmente duram em média cerca de 3 anos. Um estudo de longo prazo constatou que em apenas 56% dos casos de insônia houve remissão ao longo de um período de 10 anos.(2) 

 

Quais são as causas da insônia?

 

A insônia pode ter diversas causas, e muitas vezes, é resultado da interação de múltiplos fatores. Algumas das principais causas incluem: 

  • Estresse e ansiedade;
  • Problemas de saúde mental;
  • Condições médicas como dor crônica, artrite, asma ou refluxo;
  • Alterações hormonais;
  • Alguns antidepressivos, medicamentos para pressão arterial e estimulantes;
  • Hábitos inadequados, como consumo excessivo de cafeína, falta de uma rotina de sono consistente, ou exposição à luz intensa antes de dormir;
  • Fatores ambientais como ruídos, temperaturas extremas ou condições desconfortáveis do ambiente;
  • Apneia obstrutiva do sono e síndrome das pernas inquietas são exemplos de transtornos do sono que também podem envolver insônia no quadro clínico. (4)

 

Como lidar com a insônia?

 

De forma mais ampla, assim como em diversas outras condições de saúde, cultivar bons hábitos na vida diária é importante para melhorar a insônia. Algumas práticas em busca de uma rotina mais saudável podem contribuir para a promoção de um sono mais tranquilo. 

 

São algumas das medidas que podem ser adotadas para evitar a insônia: 

  • Estabelecer horários regulares para dormir;
  • Evitar dispositivos eletrônicos pelo menos uma hora antes;
  • Realizar exercícios físicos ou práticas de relaxamento;
  • Controlar a ingestão de cafeína;
  • Ter uma boa alimentação;
  • Desenvolver estratégias para gerir o estresse da rotina.

O acompanhamento  médico nos pacientes com queixa de insônia é fundamental, uma vez que o tratamento deve ser individualizado e personalizado de acordo com as necessidades de cada paciente e o respectivo impacto da insônia na vida pessoal e/ou profissional.

 

Tratamento para insônia


O tratamento da insônia pode ter abordagem medicamentosa e psicoterápica, de forma isolada ou em associação, a depender da necessidade de cada paciente. A terapia cognitivo-comportamental é considerada padrão ouro para o tratamento da insônia, mostrando eficácia tanto na insônia isolada quanto naquela associada a outras condições. Essa abordagem envolve diversas estratégias, como controle de estímulo, restrição do sono e relaxamento. 

 

A parte terapêutica com o uso de medicamentos é recomendada em situações agudas que demandem redução imediata dos sintomas ou situações crônicas em que há prejuízo na qualidade de vida do paciente e as terapias psicológicas não foram suficientes para resolução do problema. 

 

Embora os antidepressivos sedativos sejam comumente utilizados, sua eficácia é limitada, exceto em casos de insônia associada a sintomas depressivos, de ansiedade ou em pacientes com abuso de substâncias. (3)

 

Portanto, é crucial que o paciente seja avaliado com suas individualidades para que seja feita a escolha ideal do tratamento, respeitando seu estilo de vida, histórico médico e outras particularidades. 

 

O Papel da Melatonina associada ao Triptofano


O triptofano não participa da regulação do sono, mas sim do ciclo da produção da melatonina. Precisa reescrever. Importante colocar sobre a produção da melatonina na ausência da luz, ou seja, o estímulo luminoso bloqueia e impede a produção de melatonina. 

 

O triptofano, encontrado em alimentos como carnes magras e nozes, é essencial para a produção de melatonina. Por sua vez, a melatonina desempenha um papel muito importante em diversos processos biológicos, incluindo o sono. 

 

Como hormônio regulador do sono, a melatonina ajuda a sincronizar nosso relógio biológico interno, garantindo ciclos de sono e vigília saudáveis. Além disso, ela desempenha um papel essencial na regulação do sistema imunológico, na proteção contra danos oxidativos e no funcionamento adequado do sistema nervoso. 

 

Essa interação entre melatonina e triptofano cria uma sinergia poderosa, contribuindo para um sono reparador, pois o triptofano fornece os blocos de construção necessários para a produção de melatonina, que regula o ciclo circadiano, induzindo a sonolência e mantendo a estabilidade do sono. 
 

Conclusão

 

De forma preventiva ou para agir contra a insônia logo nos primeiros sinais, a suplementação alimentar pode ser um excelente aliado para melhorar a qualidade do seu sono. Isso porque com a rotina agitada ou por fatores hormonais, o corpo pode não conseguir produzir melatonina suficiente e, além disso, a ingestão de triptofano na dieta diária pode não ser suficiente, prejudicando ainda mais a produção de melatonina pelo organismo.

 

 

Referências

 

(1)BACELAR, A.; PINTO JR. L, R.. Insônia: do diagnóstico ao tratamento. 2019. Disponível em: <https://absono.com.br/wp-content/uploads/2021/03/consenso_insonia_sono_diagnostico_tratamento.pdf>. Acesso em 08 nov. 2023.

(2) MULLER, M. R.; GUIMARÃES, S. S. Impacto dos transtornos do sono sobre o funcionamento diário e a qualidade de vida. 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/estpsi/a/gTGLpgtmtMnTrcMyhGFvNpG/#:~:text=A%20Classifica%C3%A7%C3%A3o%20Internacional%20dos%20Dist%C3%BArbios,do%20sono%20associados%20a%20altera%C3%A7%C3%B5es>. Acesso em 13 mar. 2024.

(3) R, N. F. Tratamento da Insônia em Atenção Primária à Saúde. 2016. Disponível em: <https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/1271>. Acesso em 08 nov. 2023.

(4) MOURA, G. S.; ,ACEDO, P.; GOMES, M. M. Transtornos do Sono: Atualização 1/2. 2017. Disponível em: <https://docs.bvsalud.org/biblioref/2017/12/876873/rbn-533-3-transtornos-do-sono-1-2.pdf>. Acesso em 13 mar. 2024.

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