Vivemos em um cenário cada vez mais acelerado e repleto de estímulos. Por conta disso, encontrar um porto de tranquilidade para a mente tornou-se essencial e é aí que o mindfulness se destaca.
Abordaremos, neste artigo, como essa prática milenar tem se transformado em uma bússola moderna para equilibrar as emoções e promover um bem-estar duradouro.
Fique com a gente e descubra como o mindfulness pode ser benéfico para a sua saúde mental. Vamos lá?
O que é mindfulness?
Mindfulness, ou atenção plena, é uma habilidade que nos permite estar conscientemente presentes no momento presente, sem julgamento ou distração.
Trata-se de uma forma de relacionar-se com todas as experiências, sejam elas positivas, negativas ou neutras, de maneira consciente e intencional.
A prática do mindfulness envolve a capacidade de despertar para o que está acontecendo no aqui e agora.
Ou seja, deve-se dar atenção às sensações, emoções, pensamentos e circunstâncias que se desenrolam a cada instante. (1)
Mindfulness e saúde mental
A prática da atenção plena oferece um meio eficaz para melhorar a saúde mental.
Isso porque o mindfulness permite que indivíduos desenvolvam uma abordagem mais consciente e saudável para enfrentar os desafios emocionais.
Ao cultivar a capacidade de estar presente no momento presente, as pessoas podem ganhar uma compreensão mais clara de suas próprias emoções e reações.
A partir dessa abordagem, os indivíduos podem explorar suas dificuldades emocionais de maneira menos reativa e mais compassiva, aliviando o sofrimento emocional.
Além disso, o mindfulness também oferece ferramentas valiosas para gerenciar o estresse e promover o bem-estar geral. (2)
Principais benefícios do mindfulness para a saúde mental
Há várias evidências de que o mindfulness promove várias vantagens para a saúde mental de seus praticantes. Acompanhe, a seguir, alguns deles:
Redução do estresse e da ansiedade
O mindfulness pode reduzir o estresse e melhorar a ansiedade, resultando em calma e equilíbrio emocional.
Isso foi comprovado por um estudo publicado no JAMA Psychiatry, que examinou adultos com transtornos de ansiedade não tratados.
Metade dos voluntários recebeu 10 a 20 mg de escitalopram, um medicamento comum para ansiedade e depressão.
Ao mesmo tempo, a outra metade participou de um curso de oito semanas baseado em redução de estresse com mindfulness.
Ambos os grupos apresentaram uma diminuição de aproximadamente 20% nos sintomas de ansiedade ao longo das oito semanas. (3)
Diminuição da incidência da depressão
Uma revisão de múltiplos estudos, publicada em 2018, examinou participantes diagnosticados com transtornos psiquiátricos de mais de 140 grupos amostrais.
A pesquisa apontou que o mindfulness demonstrou ser superior à ausência de tratamento e apresentou benefícios comparáveis aos métodos com comprovação sólida de eficácia.
É importante ressaltar que isso não implica na substituição dos tratamentos prescritos por psiquiatras e psicólogos.
No entanto, sinaliza a contribuição da atenção plena para o aprimoramento do tratamento, atuando de maneira adjuvante. (4)
Melhoria na memória e no foco
As práticas de mindfulness têm um impacto benéfico na memória e na concentração, devido ao seu enfoque em viver plenamente no presente.
Isso contrapõe o comportamento distraído que muitas vezes reage a estímulos externos. Ao desenvolver essa habilidade, o mindfulness fortalece a capacidade de foco.
Quando a dificuldade em manter a concentração está relacionada a transtornos psiquiátricos, como ansiedade ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a meditação também mostra resultados promissores. (5)
Diminuição da insônia
Uma avaliação de variadas pesquisas relacionadas ao assunto evidenciou que praticantes do mindfulness vivenciam uma notável melhoria na qualidade geral do sono.
No total, foram examinados 18 estudos, abrangendo mais de 1.600 participantes. Tal revisão também aponta o mindfulness como uma boa estratégia de higiene do sono. (6)
Aumento da flexibilidade cognitiva
O mindfulness também está associado ao fortalecimento da flexibilidade cognitiva. Trata-se da habilidade que engloba a geração de múltiplas respostas adaptativas conforme os estímulos do ambiente.
Dito de outra forma, aqueles que adotam regularmente a meditação têm uma maior habilidade de pensamento criativo e de solução de problemas em diversos contextos. (7)
Praticando o mindfulness na sua rotina
Como vimos, praticar o mindfulness reforça a habilidade de viver no presente, ampliando a flexibilidade cognitiva e melhorando a saúde mental.
Veja um breve passo a passo sobre como praticá-lo em sua rotina diária:
- Reserve um período para a prática: defina um temporizador para direcionar sua atenção à prática. Minimize distrações e escolha uma posição confortável – sentado, em pé ou deitado.
- Escolha um foco: opte por uma sensação física relacionada à respiração, como nas narinas, peito ou barriga. Essa será sua âncora. Observe o movimento da respiração nesse ponto específico.
- Redirecione sua mente: é normal que pensamentos surjam. Não se preocupe. Quando perceber que sua mente divagou, volte a atenção para sua âncora respiratória. Cada retorno fortalece sua capacidade de foco.
- Mantenha a prática: comece com um minuto de respiração consciente e gradualmente aumente para 10 ou 15 minutos diários.
- Crie um plano: torne a atenção plena um hábito firme. Reserve tempo específico no calendário para a prática. Se perder um dia, conceda a si mesmo "reservas de emergência" limitadas para evitar desistir. (8)
É importante lembrar que o mindfulness complementa tratamentos médicos e psicoterapia, ampliando os recursos para melhorar a saúde mental. Que tal colocar isso em prática?
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Referências:
(1) (2) GERMER, Christopher. What is mindfulness? Insight Journal, 2004. Disponível em: <https://www.drtheresalavoie.com/storage/app/media/insight-germermindfulness.pdf>. Acesso em 21 ago. 2023.
(3) HOGE, Elizabeth; BUI, Eric; METE, Mihrye; et. al. Mindfulness-based stress reduction vs escitalopram for the treatment of adults with anxiety disorders: a randomized clinical trial. Jama Psychiatry, 2022. Disponível em: <https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/article-abstract/2798510>. Acesso em 21 ago. 2023.
(4) GOLDBERG, Simon B.; TUCKER, Raymond P.; GREENE, Preston A.; DAVIDSON, Richard J.; WAMPOLD, Bruce E.; KEARNEY, David J.; SIMPSON, Tracy L. Mindfulness-bases interventions for psychiatric disorders: a systematic review ans meta-analysis. Clin Psychol Rev., 2018. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29126747/>. Acesso em 21 ago. 2023.
(5) (7) MARRA, Alexandre R. 5 vantagens do mindfulness e um passo a passo para praticá-lo. Hospital Israelita Albert Einstein, 2023. Disponível em: <https://vidasaudavel.einstein.br/5-vantagens-do-mindfulness-e-um-passo-a-passo-para-pratica-lo/>. Acesso em 21 ago. 2023.
(6) RUSH, Heather L.; ROSARIO, Michael; LEVISON, Lisa M.; OLIVERA, Anlys; LIVINGSTON, Whitney S.; WU, Tianxia; GILL, Jessica M. The effect of mindfulness meditation on sleep quality: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Ann N Y Acad Sci, 2019. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30575050/>. Acesso em 21 ago. 2023.
(8) SMITH, Jen Rose. Cinco passos para começar a meditar durante o dia e conseguir dormir melhor. CNN Brasil, 2021. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/saude/cinco-passos-para-comecar-a-meditar-durante-o-dia-e-conseguir-dormir-melhor/>. Acesso em 21 ago. 2023.